segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O INGLÊS COMO LÍNGUA INTERNACIONAL

O INGLÊS COMO LÍNGUA INTERNACIONAL
Assim como não é a direção do vento que determina o rumo do navegador,
não é a língua que o mundo fala que determinará o nosso destino.


In the same way that the direction of the wind doesn't determine the sailor's destination,
the language we speak will not determine our destiny.

Ricardo Schütz
Atualizado em 3 de junho de 2009

O PASSADO

Analfabetismo era comum na Idade Média. Quando um rei precisava comunicar-se com outro, contratava um escriba para desenhar a mensagem em linguagem escrita. É fato sabido, por exemplo, que Carlos Magno, no século VIII, era analfabeto. A inexistência da imprensa dificultava a padronização da ortografia, fazendo da escrita uma arte complexa. A arte de bem escrever era uma habilidade profissional especializada, ao alcance de poucos. Esta talvez seja a razão pela qual em 1500 a expedição portuguesa sob o comando de Pedro Álvares Cabral trouxe Pero Vaz de Caminha como escrivão da armada.

Por volta de 1700 o índice de pessoas alfabetizadas na Europa era de apenas de 30 a 40 por cento. Esse mesmo índice, por volta de 1850, já era de 50 a 55 por cento, enquanto que durante a segunda metade do século 19 a habilidade de escrever tornou-se uma qualificação básica do ser humano. No século 20 o analfabetismo tornou-se definitivamente uma deficiência intolerável em qualquer plano social, em qualquer profissão. Um analfabeto nos países desenvolvidos de hoje seria uma pessoa totalmente marginalizada.

Isto que aconteceu com a habilidade de ler e escrever, está começando a acontecer com a habilidade de se dominar uma segunda língua. Se compararmos a importância de se falar uma língua estrangeira 50 anos atrás com a necessidade hoje da pessoa ser bilíngüe, pode-se facilmente entender a ameaça que o monolingüismo representa e imaginar o problema em que se constituirá quando nossos filhos tornarem-se adultos.

FATOS HISTÓRICOS RECENTES

A história, ao coroar o inglês como língua do mundo, sentenciou o monolingüismo nos países de língua não-inglesa a se tornar o analfabetismo do futuro. Mas como isso aconteceu?

Em primeiro lugar, devido ao grande poderio econômico da Inglaterra no século 19, alavancado pela Revolução Industrial, e a conseqüente expansão do colonialismo britânico, o qual chegou a alcançar uma vasta abrangência geográfica e uma igualmente vasta disseminação da língua inglesa.

Em segundo lugar, devido ao poderio político-militar do EUA a partir da segunda guerra mundial, e à marcante influência econômica e cultural resultante, que acabou por deslocar o Francês dos meios diplomáticos e solidificar o inglês na posição de padrão das comunicações internacionais.

O PRESENTE

A atual busca de informação aliada à necessidade de comunicação em nível mundial já fez com que o inglês fosse promovido de língua dos povos americano, britânico, irlandês, australiano, neozelandês, canadense, caribenhos, e sul-africano, a língua internacional. Enquanto que o português é atualmente falado em 4 países por cerca de 195 milhões de pessoas, o inglês é falado como língua materna por cerca de 400 milhões de pessoas, tendo já se tornado a língua franca, o Latim dos tempos modernos, falado em todos os continentes por cerca de 800 milhões de pessoas (Todd iv, minha tradução).

Estimativas mais radicais, incluindo falantes com níveis de menor percepção e fluência, sugerem a existência atualmente de um total superior a um bilhão. (Crystal 360, minha tradução)

Além disso, há estimativas de que 85% das publicações científicas do mundo; 75% de toda comunicação internacional por escrito, 80% da informação armazenada em todos os computadores do mundo e 90% do conteúdo da Internet são em inglês.

Acrescente-se a isso a redução de custos de passagens aéreas, o que aumenta contatos internacionais em nível interpessoal. Em paralelo, a atual revolução das telecomunicações proporcionada pela informática, pela fibra ótica, e por satélites, despejando informações via TV ou colocando o conhecimento da humanidade ao alcance de todos via INTERNET, cria o conceito de auto-estrada de informações. Estes dois fatores bem demonstram como o mundo evoluiu a ponto de tornar-se uma vila global, e o quanto necessário é que se estabeleça uma linguagem comum.

Ao assumir este papel de língua global, o inglês torna-se uma das mais importantes ferramentas, tanto acadêmicas quanto profissionais. É hoje inquestionavelmente reconhecido como a língua mais importante a ser adquirida na atual comunidade internacional. Este fato é incontestável e parece ser irreversível. O inglês acabou tornando-se o meio de comunicação por excelência tanto do mundo científico como do mundo de negócios.

Philip B. Gove, no seu prefácio ao Webster's Third New International Dictionary ilustra:

Parece bastante claro que antes do término do século 20 todas as comunidades do mundo vão ter aprendido a se comunicar com o resto da humanidade. Neste processo de intercomunicação a língua inglesa já se tornou a língua mais importante no planeta. (5a, minha tradução)

E David Crystal acrescenta:

À medida em que o inglês se torna o principal meio de comunicação entre as nações, é crucial garantirmos que seja ensinado com precisão e eficientemente. (3, minha tradução)

O FUTURO

Hoje já é previsível que dinheiro e riqueza material serão substituídos por informação e conhecimento, como fatores determinantes na estruturação da futura sociedade humana e proficiência na linguagem de então será essencial para se alcançar sucesso.

ENGLISH – THE INTERNATIONAL LANGUAGE

THE BACKGROUND

Illiteracy in the Middle Ages was common. When one king needed to communicate with another, he would hire a scribe to draw the message in written language. It is well known the fact that Charlemagne (8th century) was illiterate. The unavailability of printing made writing systems non-standard and complex. The art of writing was a professional skill not available to everyone. That is perhaps one of the reasons why the Portuguese expedition with Pedro Álvares Cabral in command brought Pero Vaz de Caminha as the official writer.

By 1700, Europe's literacy rate ranged from 30 to 40 percent; by 1850, 50 to 55 percent; and by the second half of the 19th century writing became a basic qualification in the human societies. In the 20th century illiteracy became definitely an ailment in any field, in any profession. Today an illiterate person in a developed country is an outcast.

What happened with the skills of reading and writing will soon happen with the ability to speak a second language. If we compare the importance of speaking a foreign language 50 years ago with the necessity it represents today, we can foresee how important it will be by the time our children become adults.

RECENT HISTORY

By electing English as the world language, the history sentenced monolingualism to become the illiteracy of the coming future. But how did it happen?

As a result of the Industrial Revolution, the British economic predominance in the 19th century paved the way for a colonialism of large geographical reach that spread the English language in the world.

More importantly, the strong political and military predominance of the U.S. after World War II paved the way for a substantial economic and cultural influence that displaced French from the sphere of diplomacy and fixed English as the standard for international communication.

THE PRESENT SCENE

Today's search for information and need for global communication have already promoted English from being the language of the American, the British, the Irish, the Australian, the New Zealand, the Canadian, the Caribbean, and the South African peoples to being the international language. While portuguese is spoken in 4 countries by approximately 195 million people, English is spoken as a native language by nearly four hundred million people and has become a lingua franca, the Latin of the modern world, "spoken in every continent by approximately eight hundred million people" (Todd iv).

More radical estimates, which include speakers with a lower level of language fluency and awareness, have suggested that the overall total is these days well in excess of 1,000 million. (Crystal 360)

In addition, it is estimated that 85 percent of all scientific publications, 75 percent of all international communication in writing, 80 percent of all information in the world's computers, and 90 percent of Internet content are in English.

The inexpensiveness of air transportation has increased interpersonal contacts worldwide. Computer, optical fiber, and satellite technologies likewise have made possible a boom in telecommunications, bringing up the concept of information superhighway. These two developments demonstrate how the world has evolved into a global village and how imperatively a standard language is required.

In its role as a global language, English has become one of the most important academic and professional tools. The English language is recognized as undoubtedly the most important language for the increasingly mobile international community to learn. This is a fact that seems to be irreversible. English has become the official language of the business and scientific worlds.

Philip B. Gove in his preface to Webster's Third New International Dictionary illustrates this point:

It is now fairly clear that before the twentieth century is over every community of the world will have learned how to communicate with all the rest of humanity. In this process of intercommunication the English language has already become the most important language on earth. (5a)

And David Crystal adds:

As English becomes the chief means of communication between nations, it is crucial to ensure that it is taught accurately and efficiently, ... (3)

THE FUTURE

It is predictable today that wealth will give way to knowledge and information in determining the shape of the future human society, and speaking the common world language will be fundamental to achieve success.

You don't need long arms to embrace the world; you need English.

REFERENCES

Ammon, Ulrich. The Dominance of English as a Language of Science. Walter de Gruyter, 2001
Crystal, David. English as a Global Language. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 1997
Crystal, David. The Cambridge Encyclopedia of the English Language. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 1999
Crystal, David. The Cambridge Encyclopedia of Language. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 1997
Fromkin, Victoria, and Robert Rodman. An Introduction to Language. Orlando, FL: Harcourt Brace & Co., 1993.
Gove, Philip B. Preface. Webster's Third New International Dictionary. Springfield, MA: Merriam-Webster Inc., 1986.
Radwin, Eugene. Multimedia Encyclopedia. Grolier Inc., 1992.
Todd, Loreto, and Ian Hancock. International English Usage. New York: New York University Press, 1990.


http://www.sk.com.br/sk-ingl.html

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